Período de recuperação

Após o conturbado 2013, o ano em que decidi procurar ajuda porque estava muito confuso e debilitado, veio uma fase de mais calmaria para mim, mas ainda assim tive muitas dificuldades para aceitar minha realidade, eu queria melhorar, mas não sabia como.
Em 2014 consegui progredir bastante, devido aos efeitos da paroxetina eu me sentia mais "anestesiado" parecia que eu tinha mais coragem para fazer as coisas, até mesmo conversar com pessoas desconhecidas que antes era um grande tabu para mim, agora eu faria tranquilamente. Também a forma como eu conduzia um diálogo era diferente, eu conseguia me experessar melhor, fazia boas apresentações em público, o que antes me dava taquicardia só de pensar.
Este foi um ano em que consegui chegar as fases presenciais de diversos processos seletivos para estágio, mas ainda estava travado naquela velha questão, eu pensava muiiiiiito à frente, planejando tudo o que eu faria, sem nem me preparar, sem ao menos procurar técnicas em que eu pudesse me apresentar melhor, e até a forma como me comportaria nos trabalhos em grupo, resumindo, eu não estava com as energias e motivação focadas para o momento ali presente, que seria o ato de fazer uma excelente apresentação de mim mesmo.
Um dia que nunca vou me esquecer: 9 de maio de 2014, foi neste dia que eu iria comemorar meu aniversário em um local que nunca tinha ido antes, na véspera do meu aniversário, meu pai não queria me emprestar o carro, uma situação aparentemente boba e comum mas que foi o estopim para explodir minha raiva e ansiedade feito mil bombas de Hiroshima pela minha condição de desempregado e reprovado por muitas empresas, então comecei a chorar sem parar, realmente me sentia sem chão, apesar de todo o medicamento que eu tomava, a dose mais alta que já cheguei a tomar, me esgotei de pensamentos, estava cheio de estar "incapacitado", de receber tantos nãos do meu pai, de não poder ter minha própria liberdade e autonomia, de não poder me divertir, de não ter conseguido nada que eu queria em minha vida nos últimos anos. Este foi um dia histórico, já que minha mãe não sabia o que fazer diante da minha crise, ligou desesperada para minha tia, então recebi todo o apoio da minha família, valorizaram as melhores partes de mim, partes que antes eu não conseguia enxergar, coisas que já tinha conquistado, enfim, pude ver tudo o que eu era, e não o que tinha. Até hoje a lembrança deste dia me emociona muito.
Após uma profunda avaliação, vi que estava cometendo os mesmos erros, eu não me valorizava e estava querendo dar um passo maior que a perna, como diz Mike Murdock: "Se você quer algo que nunca teve, faça algo que nunca fez." Com esta idéia eu começaria o novo ano.
No próximo post contarei a parte final deste período de recuperação da minha vida. Até mais e obrigado pela visita.